Revista Geração UniCEUB entrevista Dr. Paulo Lobo

O ortopedista fala sobre prevenção, diagnóstico, tratamento, entre outros temas

                                                 Trabalho em equipe

Três em cada três atletas amadores ou profissionais do Distrito Federal (DF) já ouviram falar do doutor Paulo Lobo, médico ortopedista dos mais requisitados no Brasil. Além de manter, há anos, sua clínica particular, ele é coordenador do Departamento de Medicina Esportiva do Hospital Ortopédico e Medicina Especializada (HOME), Centro Médico de Excelência da FIFA; coordenador da Ortopedia da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal desde março de 2015; membro da Diretoria da Comissão Nacional dos Médicos de Futebol da Confederação Brasileira de Futebol (CNMF/CBF);coordenador do Atendimento Médico no DF para Copa do Mundo da FIFA de 2014; coordenador do Atendimento Médico no DF para os Jogos Olímpicos de 2016.

Quais seriam os diagnósticos mais comuns e recorrentes no ramo da Ortopedia? Os índices de indicação de cirurgia são elevados? Por quê?

Os diagnósticos mais comuns são: contusões, tendinopatias, lesões musculares e fraturas. A lesão número 1 no futebol é a ruptura ou a distensão do músculo bíceps femoral, localizado na parte de trás da coxa. As fraturas, em sua grande maioria, possuem indicações cirúrgicas. Nos pacientes que nos procuram por algum problema ortopédico, o índice de casos cirúrgicos se encontra na faixa de 8% a 20%, dependendo do segmento atingido.

É possível ter boas práticas de prevenção? Elas funcionam?

Sim. O grande exemplo é o projeto casa segura – luz no rodapé das paredes dos quartos, barras nos banheiros, altura adequada da cama e dos vasos sanitários, casas térreas etc. – que contribui para a prevenção de quedas a pessoas idosas. Além disso, faz-se a prescrição de exercícios físicos na terceira ou “melhor” idade, para prevenção de osteoporose e outras afecções que não se limitam à Ortopedia. Para cada faixa etária ou grupo especial, temos bons métodos de prevenção. No caso das crianças, é importante o acompanhamento de um adulto, para evitar acidentes e quedas. Nos adultos jovens, principalmente, que praticam algum exercício ou esporte, devemos estimular o controle de peso, a realização de alongamentos e o fortalecimento muscular. De um modo geral, as pessoas devem buscar uma alimentação adequada, evitando deficiências de vitaminas, em especial a do tipo D. Para atletas, a FIFA desenvolveu um programa de prevenção de lesões aplicado em diferentes modalidades, chamado “FIFA 11 +”.

Como diferenciar o atendimento aos atletas amadores do atendimento aos atletas profissionais? Qual é o perfil do paciente que mais procura o diagnóstico?

O atleta profissional, como o próprio nome diz, recebe pagamento para trabalhar nessa área, portanto, quando está lesionado, dedica-se, integralmente, ao tratamento. Não podemos tratar, de forma diferente, as duas populações, mas o processo de recuperação é mais lento nos amadores e nos recreativos. Entre os meus pacientes, 95% apresentam problemas no joelho; os 5% restantes dividem-se em casos de lesões musculares, tendinopatias ou tendinites e outros.

Os problemas de articulação, ou de ligamento, escolhem faixa de idade? Em geral, o tratamento demora?

Logicamente, as pessoas que mais apresentam problemas de ligamentos estão na faixa de 15 a 40 anos, ou seja, na idade de maior atividade. Em idosos, a afecção mais comum é de origem articular, denominada artrose, um quadro degenerativo da cartilagem que diminui o impacto entre os ossos. O tempo de tratamento depende do tipo da patologia e da idade do paciente. As fraturas em idosos, por exemplo, demoram mais tempo para consolidar-se.

Como a fisioterapia ajuda o tratamento?

É impossível desenvolver um tratamento ortopédico efetivo sem a participação do fisioterapeuta. É necessário um trabalho em equipe e interdisciplinar entre o ortopedista, o fisioterapeuta e o profissional de Educação Física. Além disso, com a participação do nutricionista, o trabalho se completa. O fisioterapeuta pode atuar de várias formas, como na atenção hospitalar, em enfermarias e nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), no atendimento ambulatorial, em clínicas de fisioterapia e nos cuidados domiciliares.

Como está o mercado de trabalho, no Distrito Federal, para ortopedistas e fisioterapeutas?

A população do DF aumenta a cada década, em proporções impressionantes. Soma-se a isso o contingente de cerca de 9 milhões de pessoas dos estados vizinhos – Goiás, Minas Gerais, Bahia e Tocantins – que se utiliza dos serviços de Brasília. Assim, o mercado de trabalho para este tipo de profissional nunca se esgota. Temos, portanto, de melhorar a formação por meio de cursos de especialização.
 
Na sua avaliação, as escolas de Medicina no Brasil e no DF estão preparadas para formar bom médico ortopedista?

Pensando na medicina em geral, no DF, ainda não estamos no patamar que almejamos. Quanto à formação dos ortopedistas, os nossos serviços de residência médica nos hospitais públicos do Distrito Federal têm alcançado índices invejáveis de aprovação no TEOT (Título de Especialista em Ortopedia), da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Portanto, formamos bons ortopedistas.

Quais são os resultados da parceria entre o UniCEUB e o Hospital HOME?

É uma parceria vitoriosa, pois une a vontade de um fisioterapeuta em se aprimorar na área da traumatologia desportiva e o propósito de uma das missões do HOME: desenvolver educação continuada no que concerne ao tratamento das doenças do aparelho locomotor. Nesse sentido, criamos, recentemente, o IPEHOME (Instituto de Pesquisa e Ensino do HOME). Além disso, outros projetos serão desenvolvidos, para incrementar essa parceria. Existe o desejo de ambas as partes, para desenvolver projetos direcionados aos acadêmicos de Medicina e futuros médicos formados pelo UniCEUB.

Qual recado o senhor mandaria aos alunos do UniCEUB, futuros profissionais da saúde?

O recado que eu deixo para os alunos é que as portas do HOME estarão abertas para que possam obter o máximo de aprendizado e engrandecimento profissional. Se pudesse dar um conselho a cada um desses alunos e profissionais, faria minhas as palavras que, um dia, ouvi de um médico ortopedista americano: “o segredo do sucesso do médico ortopedista (incluo os profissionais da saúde de um modo geral) está em três pilares: disponibilidade, amabilidade e habilidade”. Se vocês tiverem esses três atributos, nenhum maior que o outro, conseguirão obter sucesso profissional.

Fonte e foto: Revista Geração UniCEUB #11

 





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